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fotos de comidas típicas gastronomia nas viagens

Gastronomia nas viagens: o quão importante ela é pra você?

Desde que comecei a escrever o blog, tenho a impressão de que a maioria dos viajantes não liga muito para a gastronomia nas viagens. Alguns a consideram um supérfluo, sendo a primeira coisa que cortam do orçamento. Outros até gostam de experimentar coisas locais, mas só se for muito barato. Há outros ainda que procuram comer exatamente o que comem em casa, sem se arriscar em nada. E há outros como eu, que veem na gastronomia uma viagem à parte.

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Por que incluir a gastronomia nas viagens

Óbvio que cada um tem o seu estilo de viagem e, mais do que isso, cada um tem seus próprios gostos e interesses. Mas, mesmo para aqueles que consideram a gastronomia um gasto supérfluo em uma viagem, eu digo: vale a pena separar uma parte do orçamento para ela. Pode ser uma parte bem pequenininha, inclusive. Porque experimentar a comida local de forma alguma precisa ser caro. Ela pode, inclusive, custar menos que uma refeição naquelas famosas redes fast food internacionais.

E eu digo isso porque muita gente que hoje não liga para gastronomia talvez nunca tenha pensado por esse lado.

Querem ver um exemplo? Um dia desses, conversando com uma amiga, também blogueira de viagem, ela me disse que gastronomia não era uma coisa tão importante nas viagens dela. Inclusive, ela nem escrevia sobre isso nos posts do blog. Para ela, até então, a gastronomia nas viagens era vista como um supérfluo. Então eu perguntei: mas tu não gostas de experimentar a comida local? Ela respondeu que sim. Então eu expliquei como eu via a gastronomia em uma viagem.

Como eu vejo a gastronomia nas viagens

Na conversa com a minha amiga, eu disse que, pra mim, a gastronomia tem dois aspectos. Um é mais artístico, que aparece quando falamos da alta gastronomia, de pratos sofisticados, em que os chefs criam verdadeiras obras de arte em termos de combinação de sabores, texturas e aromas. Mas há um outro lado, que é o verdadeiro foco deste blog: a gastronomia como cultura de um país, de uma cidade, de uma região. Aquela comida que tem um sentido de existir, uma história. Aquela que tem alguma ligação com as pessoas do lugar. Ou que é a responsável pelos laços entre as pessoas de um determinado lugar.

A gastronomia artística desperta o meu paladar e a minha admiração. Ela é certamente capaz de proporcionar grandes experiências gastronômicas. Mas é a segunda, a gastronomia como elemento cultural, que desperta o meu afeto. Pra mim, somente essa gastronomia realmente é capaz de conectar o viajante com o lugar que ele está a conhecer. E, de quebra, é a que geralmente dói menos, ou nem dói, no bolso.

Eu gosto de comer em restaurantes de todos os tipos, inclusive nos renomados e estrelados. Gosto como experiência, como aprendizado em termos de culinária. Mas eles geralmente não servem para ensinar sobre um lugar, sobre um povo. Para isso, é necessário frequentar os lugares em que os nativos comem. As festas típicas e as feirinhas de rua. Visitar os mercados públicos e xeretar pelas bancas. Fazer aulas de culinária local. Encontrar algum nativo que te receba em casa para comer ou até mesmo para te ensinar a cozinhar. Aliás, esta última é uma experiência que eu ainda não tive, mas quero muito ter e ainda torná-la uma constante nas minhas viagens.

A maravilha que é a troca de ideias

Mas voltando à conversa com a minha amiga. Tudo o que eu escrevi até agora foi o que eu falei pra ela. Falei com entusiasmo e até uma certa paixão, mas não porque eu quisesse convencê-la a dar mais atenção à gastronomia nas viagens dela, e sim porque eu realmente trato a gastronomia como a parte mais importante das minhas viagens. É uma coisa que eu realmente gosto de conhecer, aprender e apreciar.

Eu não sei se foi o meu entusiasmo, ou a abertura da minha amiga em me ouvir sobre um assunto que ela, até então, achava que não tinha interesse. Provavelmente foi um pouco dos dois. Mas o fato é que a conversa terminou com ela me dizendo que nunca tinha parado para pensar em todos esses aspectos da gastronomia. Mas que, pensando dessa forma, ela percebeu gostava muito de incluir a gastronomia nas viagens. Gostava de comer com os locais, de experimentar as comidas típicas. E viu que nunca tinha se dado conta de que, para vivenciar a gastronomia, em nenhuma vez ela precisou gastar muita grana.

Gastronomia nas viagens não precisa ser sinônimo de gastança

Resumo da ópera: gastronomia nas viagens só vai ser sinônimo de gastança se você quiser. Porque ela cabe em qualquer orçamento. Talvez algumas pessoas que a entendem como um supérfluo realmente não se interessem por gastronomia. Mas outras talvez só não tenham percebido que a gastronomia nas viagens não precisa incluir restaurantes caríssimos. Que a gastronomia que, de fato, representa parte da cultura local é simples e genuína, pois justamente surge não da criatividade admirável de um chef de cozinha, mas das necessidades e costumes da gente de cada lugar. Talvez o que essas pessoas ainda não tenham percebido é que a gastronomia como parte da cultura é, na verdade e na maioria das vezes, o contrário do refino e da ostentação daqueles restaurantes com vários cifrões. E, ao não perceber isso, talvez estejam perdendo de aproveitar ainda mais os lugares que visitam.

Como incluir a gastronomia nas viagens

O jeito mais fácil – e o mais utilizado – de incluir a gastronomia nas viagens é procurar por indicações de onde comer e ver a avaliação dos lugares, localização, cardápio, fotos dos pratos e do ambiente. Google e o TripAdvisor são muito bons em fornecer essas informações. Mas, se você quiser ir além e incluir aquela gastronomia menos turística e comercial, e mais genuína, aí vão algumas dicas.

Converse com as pessoas do lugar e procure por locais onde os nativos fazem suas refeições

Conversar com as pessoas do lugar é, pra mim, a dica mais valiosa. Isso porque, além de você descobrir ótimos lugares para comer, você ainda interage com alguém local, o que quase sempre resulta numa experiência bacana.

Em uma viagem à Itália, em 2015, ficamos duas noites em Verona. Quando chegamos na hospedagem (aliás, uma graça de pousadinha, fora da cidade, ótima pra quem está de carro e não quer pagar diária de estacionamento nos hotéis da parte central da cidade), quem nos recebeu foi a própria dona. Depois de fazer o check in, ela nos deu várias dicas de onde comer na cidade, com diversos lugares frequentados bem mais pelos locais que pelos turistas.

Pois bem. Na primeira noite, fomos jantar em um restaurante indicado no Guia Michelin e também por uma amiga que tinha estado na cidade pouco tempo antes. Ambiente clean, boa comida, bom atendimento. Mas o meu prato, o risoto al amarone, um dos pratos mais típicos da região, não me causou nenhum “Uau!”. Já na segunda noite, reservamos uma mesa em um dos restaurantes indicados pela dona da pousada, o La Vecia Mescola. Da lista que ela nos deu, era o que ela mais indicava. E, depois de comer lá, entendemos o porquê. Pedi o mesmo prato da noite anterior, o risoto al amarone, mas, dessa vez, teve “Uau!”.

Blogs e sites de avaliação

Se você não tiver a oportunidade de conversar com um local, ainda assim é possível encontrar lugares onde os nativos fazem suas refeições. Eu costumo fazer duas coisas. Uma é procurar por blogs escritos por quem mora no lugar, nos quais eu sempre encontro dicas boas de onde comer como um nativo. Outra, é procurar lugares para comer no TripAdvisor, utilizando a extensão do país que eu estou visitando. Por exemplo, se eu estiver na Itália, eu vou fazer a busca no tripadvisor.it, e não no tripadvisor.com.br. Fazendo assim, as avaliações que irão aparecer pra você são as dos italianos, e não as dos turistas brasileiros. Não é nenhuma garantia de qualidade, mas é um indicativo do gosto dos nativos, e, possivelmente, de onde está comida verdadeiramente típica do lugar.

Visite os mercados públicos locais

Acho que, pra quem gosta de imersão na cozinha local, os mercados públicos são o melhor ponto de partida. Então, sempre que a cidade tem um desses mercados, ele é incluído no roteiro. Fiz até uma listinha dos que eu mais gosto pelo mundo.

Mercados Públicos são lugares com os mais diversos estabelecimentos comerciais:vendas de carnes, queijos, embutidos, frutas e hortaliças; armazéns que vendem produtos típicos ou importados; lojas de artesanatos e restaurantes dos mais variados. São lugares democráticos, frequentados por todos os segmentos da sociedade, que utilizam o espaço para compras de produtos mais frescos (e, por vezes, mais baratos) que os dos supermercados, ou para aquele almoço rápido no intervalo do trabalho, ou ainda para um passeio gastronômico no final de semana.

Além disso, conhecer o mercado público de uma cidade é uma boa forma de conhecer os hábitos dos nativos e experimentar a gastronomia local. E, muitas vezes, os mercados públicos vão muito além de um simples local de comércio, tornando-se lugares de confraternização. Além disso, os mercados públicos podem ser também locais de manifestações culturais, sediando feiras, exposições e apresentações artísticas (por exemplo, já vi apresentação de piano no meio do Mercado Público de Porto Alegre).

Conheça as feiras de rua do lugar que você estiver visitando

Outra das formas que eu mais gosto para incluir a gastronomia nas viagens é conhecer feiras de rua nos destinos que visito. E não é difícil incluí-las no roteiro, já que a maioria delas ocorre semanalmente. Então, a chance de você estar na cidade no dia em que elas ocorrem é bem grande.

Um bom exemplo de feira de rua que vale como experiência gastronômica é a Feira da Liberdade, em São Paulo, que ocorre todos os finais de semana. A feira, que acontece no bairro da Liberdade, o reduto japonês na capital paulista, é um ótimo lugar para experimentar comida oriental sem gastar muito.

foto de comida japonesa na Feira da Liberdade em São Paulo

Participe de eventos gastronômicos locais

Muitos lugares no mundo possuem eventos para divulgar a gastronomia local. Às vezes, eles acabam sendo mais difíceis de serem incluídos no roteiro, pois geralmente ocorrem somente em um determinado mês do ano. Mas, para garantir presença em um desses eventos gastronômicos, você programar a sua viagem para época dele. E então contar com um pouquinho de sorte, como já aconteceu com a gente.

Na viagem para a Itália em 2015, ao chegarmos em Verona, em outubro, descobrimos que, naquele final de semana em que estaríamos na cidade, ocorreria a Hostaria Verona, o festival do vinho e da vindima da cidade. As tendas dos produtores locais formam um corredor de mais de 3Km pelas ruas, praças e pontes da cidade, apresentando toda a enogastronomia de Verona e região. O ingresso na feira inclui uma taça e tíquetes para degustar os vinhos. Além disso, há varias tendas com degustação e venda de produtos alimentícios típicos da região. Foi uma das melhores experiências de imersão na gastronomia local que já tivemos em uma viagem.

gastronomia nas viagens na Hostaria em Verona na Itália

Eventos gastronômicos na Serra Gaúcha

Não precisa atravessar o Atlântico pra viver essas experiências. Aqui na Serra Gaúcha, do ladinho de Porto Alegre, há inúmeros eventos gastronômicos deliciosos. Alguns dos mais bacanas ocorrem na época da vindima (a colheita da uva), entre janeiro em março. Nessa época, as vinícolas da região oferecem aos visitantes a experiência da colheita e da pisa da uva, revivendo os tempos antigos de produção do vinho pelos imigrantes italianos.

Mas há vários outros desses eventos aqui na Serra Gaúcha espalhados pelo ano. Alguns não são tão famosos, mas são muito genuínos. Por exemplo, Monte Belo Sul, cidadezinha ao lado de Bento Gonçalves e que também integra o Vale dos Vinhedos, tem o Polentaço, uma festa que homenageia um patrimônio imaterial da região, a polenta. A festa reúne os produtores locais, tanto de vinhos quanto de comidas típicas, como queijos e salames. Porém, o evento mais esperado da festa é o “tombo” da polenta gigante. Pra quem nunca viu uma polenta sendo feita na colônia, a massa é preparada na panela e depois passada pra uma tábua ou travessa. No Polentaço, alguns moradores preparam uma panela enorme de polenta, que depois é “tombada”, ou seja, virada sobre uma travessa igualmente enorme. Ao final, como uma boa festa italiana, a polenta é compartilhada com todos os visitantes.

foto no Polentaço em Monte Belo do Sul na Serra Gaúcha

Faça aulas de culinária local

Dentre as opções para incluir a gastronomia nas viagens, talvez fazer uma aula de culinária local seja a menos barata. Mas, pra quem quer conhecer mais sobre as comidas típicas de um lugar com chefs profissionais e sem se preocupar com a língua local, pode valer a pena gastar um pouquinho mais.

Naquela viagem à Itália em 2015, fizemos uma aula de culinária durante a nossa passagem por Florença, na Toscana. Tínhamos reservado uma aula simples, na cidade mesmo. Mas, em função da baixa temporada, acabamos ganhando um upgrade pra uma aula realizada em uma villa no meio do Chianti.

Nessa aula, aprendemos a fazer um tagliatele al ragù toscano e um ravioli al pomodoro. Os alunos aprendem todos os passos, desde preparar a massa até a melhor forma de cortar os legumes.

Aula de culinária na Toscana gastronomia nas viagens

A ideia da aula de culinária é que os alunos cozinhem o próprio almoço, que além dos pratos preparados pela gente, também é regado a vinhos da região. Toda a experiência de fazer uma aula de culinária na Toscana eu contei neste outro post aqui.

Encontre nativos que te recebam para uma refeição em casa ou até mesmo para te ensinar a cozinhar

Essa é uma dica que eu confesso que estou dando sem ter experimentado. Mas só pela ideia de comer na casa de algum nativo, ou aprender a cozinhar com ele, já dá pra perceber que é uma das melhores formas de experimentar a gastronomia local. Para realizar essa experiência, há até aplicativos que ajudam a encontrar moradores que oferecem refeições e aulas de culinária pelo mundo, como o Eatwith.

Prometo que, assim que eu tiver a oportunidade de realizar algumas dessas experiências, eu venho correndo contar aqui pra vocês!

 

E você, como vêa gastronomia nas viagens? Não liga muito ou curte conhecer a gastronomia local? Gosta de experiências mais “nativas” ou prefere a culinária dos melhores restaurantes? Conta pra gente!


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Hospedagem

Eu geralmente escolho as hospedagens onde ficamos pelo Booking.com. Pra mim, é a melhor plataforma online de hospedagens. Tem milhares de opções, muitas com cancelamento grátis e várias sem pré-pagamento. Mas, o que eu mais gosto são as avaliações, que são feitas somente por hóspedes reais, ou seja, que realmente se hospedaram nos lugares.

Para fazer sua reserva, você pode clicar neste link ou utilizar a caixa de pesquisa na barra lateral da página inicial do blog.

Mas, se a ideia é vivenciar o destino como se fosse um local, uma boa opção é alugar sua hospedagem pelo Airbnb, onde você pode encontrar apartamentos e casas inteiros, além de quartos em casas de moradores do lugar. E o melhor é que, se for a sua primeira reserva pela plataforma, você pode ganhar um bom desconto utilizando este link aqui. Nós já utilizamos o Airbnb em mais de uma oportunidade e adoramos a experiência em ambas!

Além disso, se o que você quer é encontrar pacotes de viagem com ótimos preços e condições, então dá uma olhadinha no Hurb.com, site que tem milhares de opções entre pacotes, hospedagens e atividades. Dá pra encontrar vários descontos bacanas, com opções de pagamento parcelado e de cancelamento gratuito.

Aluguel de carro

Certamente, uma das melhores formas de se conhecer um país é alugando um carro. E, nesse caso, vale a pena fazer a reserva antecipada online, o que pode lhe garantir alguns descontos. A Rentcars.com sempre tem uns preços bacanas, com uma centena de opções de locadoras. Você pode fazer sua reserva clicando no banner abaixo ou pela caixa de pesquisa na barra lateral do blog.

Tours e ingressos antecipados

Mesmo que você prefira fazer a viagem por sua conta, em algumas oportunidades vale a pena reservar um passeio guiado. E nisso, a Get Your Guide pode te ajudar, já que a empresa conta com um extenso catálogo de tours em diversas cidades do mundo, para incrementar a sua viagem. A maioria das reservas pode ser cancelada com até 24 horas de antecedência.

Além disso, a empresa também vende ingressos antecipados para as principais atrações turísticas do mundo, o que facilita muito a vida do viajante, evitando a perda de tempo naquelas filas intermináveis. Vale muito a pena!


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